Ainda que venha baixando nos últimos meses, a taxa de juros no Brasil está em 11,25%, o que pressiona para cima o valor do estoque imobilizado e, consequentemente, os custos logísticos. Nos EUA, a taxa de juros está um pouco acima dos 5%, bem menor do que a brasileira, mas muito alta para padrões norte-americanos. Além do impacto no estoque, as altas taxas de juros dificultam o acesso a crédito a empresas e consumidores, limitando investimentos e consumo.

O licenciamento de novos caminhões em 2023 caiu quase 15% em relação ao ano anterior, o que acaba impactando na oferta de transporte rodoviário de carga no Brasil e na renovação da frota nacional. Os principais fatores para essa queda foram a obrigatoriedade de os novos veículos trazerem a tecnologia de emissões do Proconve P8, encarecendo em cerca de 20% os preços dos novos caminhões, e as altas taxas de juros, que tornaram mais difíceis os investimentos das empresas. Para 2024, a expectativa é de recuperação do mercado. Para isso, é importante que as taxas de juros continuem o ciclo de queda e que a economia retome o crescimento.

Após um 2023 mais intenso, principalmente por conta da forte safra de grãos, a demanda por logística tende a arrefecer em 2024. Já está certo que a produção de soja e milho brasileiros será menor, e a expectativa é de que o e-commerce cresça menos do que em 2023, enquanto o varejo vai repetir o crescimento do ano anterior. O sinal de aumento da demanda vem da indústria, que deve crescer 2% em volume em 2024, mas que não deve trazer maiores pressões nos preços de frete rodoviário ou na oferta de transporte rodoviário no país.